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Revolution vence New York City FC, 2-1, na despedida em casa

Lee Nguyen vs. NYCFC

Perante a maior assistência da temporada, 33,767 espectadores, o New England Revolution derrotou o New York City FC, por 2-1, no domingo à tarde, em jogo disputado no Gillette Stadium. Foi o décimo segundo triunfo em casa na temporada em curso, o que passa a ser um novo record de vitórias nos jogos disputados no seu terreno.


Embora se tratasse da penúltima jornada e as duas equipas já tivessem o seu destino traçado, pois o Revolution fora eliminado dos play-offs na semana passada e o New York City continua em segundo lugar, havia muito em disputa.


Para o Revolution, que teve um desempenho desastroso fora de casa, pois continua a ser a equipa que ainda não conseguiu vencer em terreno alheio, era importante ganhar para estabelecer a nova marca e dar algo para celebrar aos seus fãs.


E para o New York City FC a vitória assegurava definitivamente a conquista do segundo lugar na Conferência Este, que traz consigo a folga na ronda inaugural, com passagem automática às meias-finais, e ainda a vantagem de fazer em casa a segunda mão das meias-finais.


Por isso a fase inicial da partida foi bastante disputada, a um ritmo muito elevado, mas com muitos passes transviados. Por conseguinte o primeiro lance com algum destaque só ocorreu aos 13 minutos, num tiro de 35 metros de Claude Dielna que obrigou o guardião Sean Johnson a lançar-se ao solo para poder segurar a bola.


Entrada dura deixa New York City reduzido a 10

Aos 26 minutos, Jack Harrison foi expulso depois de entrada com os pitons sobre Teal Bunbury. O ábitro Nina Saghadi assinalou primeiro a falta, fez um compasso de espera e depois retirou o cartão vermelho do bolso, dando ordem de expulsão ao médio visitante.


Não houve revisão do Vídeo-Árbitro, pelo que o Revolution ficou em vantagem numérica para o resto do jogo.


Lee Nguyen cobrou o livre, com cruzamento para a entrada da área, onde surgiu Teal Bunbury a elevar-se bem e a desviar de cabeça, mas a bola saiu rente ao poste esquerdo de Sean Johnson.


Conforme seria de prever, a partir daqui o controle do jogo pendeu totalmente para o lado do Revolution.


Aos 33 minutos o Revolution tornou a ameaçar, quando o cruzamento de Scott Caldwell encontrou Krisztían Németh em boa posição perto do bico da pequena área, mas o cabeceamento saiu demasiado fraco e à figura de Sean Johnson.


Mas, a melhor oportunidade surgiu mesmo em cima do apito final quando uma tentativa de alívio de um defensor visitante tabelou em Teal Bunbury e sobrou para Németh, que estava solto dentro da área e rematou fortíssimo. Mas, Sean Johnson, a principal figura na turma visitante, desviou, por instinto, pela linha de fundo.


Revolution começa bem a segunda parte

Jogar em vantagem numérica foi obviamente essencial para esta vitória. Ao intervalo, o técnico Tom Soehn fez algumas alterações que acabariam por dar resultado.


“Eu queria ter a certeza de que a nossa rapaziada compreendia que não podia abrandar o ritmo de jogo, mas sim intensificá-lo,” explicou Sohen. “Nós fizemos pressão mais alta do que havíamos planeado e penso que fizemos isso bem porque na segunda parte eles ficaram desgastados fisicamente.”


O Revolution chegou ao golo aos 51 minutos. Andrew Farrell desceu pela direita e cruzou rasteiro, surgindo Scott Caldwell a simular e a permitir que a bola chegasse até Diego Fagundez. Ainda de fora da área, o médio do Revolution deu um pequeno toque na bola para poder controlar o passe e depois rematou forte e colocado, levando o esférico a entrar junto ao ângulo superior de Sean Johnson, sem hipóteses para este.


A partir daí os lances de perigo e as ocasiões de golo para os Revs foram surgindo com regularidade.


Aos 60 minutos, numa jogada bem trabalhada, a bola seguiu de Diego Fagundez para Lee Nguyen, que rematou de forma violenta, rente à trave.


E Diego Fagundez deveria ter bisado, aos 64 minutos, quando um excelente passe de Lee Nguyen permitiu que arrancasse isolado em direção à baliza visitante. Quando Sean Johnson saiu para tentar encurtar o ângulo, Fagundez optou por rematar com força, mas o tiro saiu torto e falhou o alvo.


Novo lance de perigo ocorreu aos 68 minutos, Lee Nguyen com um excelente passe em profundidade a solicitar Németh, que teria ficado isolado. Mas, Sean Johnson saiu decididamente da baliza e lançou-se ao solo, à saída da grande área, para impedir o remate do avançado do Revolution.


Aos 74 minutos, os visitantes finalmente assustaram, quando, na sequência de um pontapé de canto, o ressalto sobrou para Alexander Calles, que rematou forte, mas a bola foi embater num colega de equipa e ressaltou para fora da área.


Aos 76 minutos o Revolution teve mais uma oportunidade soberana para aumentar a vantagem. O passe de Diego Fagundez deixou Kei Kamara isolado. Este arrancou em direção à baliza, mas permitiu a defesa de Sean Johnson, que saíra a tentar encurtar o ângulo de remate.


Sean Johnson tornou a brilhar aos 80 minutos. Desta feita Kamara intercetou um passe, fintou um adversário e já dentro da área rematou rasteiro e colocado, mas Johnson esticou a perna e evitou o golo.


E Sean Johnson ainda teve tempo para mais uma intervenção brilhante, aos 89 minutos. Fagundez serviu Kamara, descaído sobre a direita, seguindo-se um tiro colocado que parecia destinado ao ângulo, mas Johnson esticou-se todo e com a ponta dos dedos desviou pela linha final.


O segundo golo, há muito esperado, surgiu finalmente aos 90+1 minutos. E não foi fácil. Em mais uma jogada de contra-ataque, Diego colocou em Lee Nguyen, na direita. Este encaminhou-se para a baliza e depois deslizou para Diego Fagundez, à saída da pequena área. O primeiro remate foi desviado por um defesa adversário mas o ressaltou sobrou novamente para Fagundez, que à segunda não perdoou.


De forma caricata a turma visitante conseguiu marcar a escassos segundos do apito final. Um lançamento longo ganhou um efeito esquisito e sobrou para Khiry Shelton, que bateu Brad Knighton de cabeça.


O record de vitórias em casa

Em casa, no seu estádio, o Revolution é das melhores equipas da MLS e este triunfo sobre o New York City FC permitiu mesmo estabelecer um novo record de vitórias no Gillette Stadium, 12.


“Nós temos fãs fantásticos e queríamos realmente dar-lhes algo mais e sentimos que esta noite poderíamos realmente dar-lhes esse algo mais,” disse Tom Sohen. “Poderíamos ter marcado três ou quatro [golos] esta noite. Os nossos rapazes adoram jogar frente aos seus fãs e hoje tiveram imensos.”


O guardião Brad Knighton também considerou que estabelecer este record “foi importantíssimo, falámos disso durante a semana, foi algo que trabalhámos toda a semana e era um objetivo que marcámos no início da temporada.


“Conseguimos concretizar esse que era um dos nossos objetivos, ficámos entusiasmados por os nossos fãs terem podido assistir aos nossos jogos em casa e o sucesso que tivemos em casa. Agora ficamos a aguardar pela próxima temporada.”


“Embora já não tivéssemos possibilidade de chegar aos play-offs, podíamos estragar a festa a outras equipas, por isso estávamos todos entusiasmos no fim do jogo por termos conseguido os três pontos no nosso último jogo em casa,” acrescentou Diego Fagundez. “Nós sabíamos que os nossos fãs estavam à espera disso, pelo que jogámos sem pressão, jogámos todos com grande vontade, uns pelos outros, e no fim valeu a pena.”


O tremendo contraste nos resultados conseguidos em casa e fora continuam a ser um mistério. Na realidade, no Gillette Stadium o Revolution superou as melhores equipas da sua conferência, pois derrotou por duas vezes o Toronto FC, a equipa mais pontuada da liga, e no domingo á tarde bateu o pé ao segundo classificado.


Depois de lamentar a expulsão de Harrison, o treinador da turma visitante, Patrick Vieira, antigo internacional Francês que fez carreira de grande destaque no Arsenal da Primeira Liga Inglesa, reconheceu também o valor do Revolution.


“Penso que foi um cartão vermelho ridículo, vi [a jogada] ao intervalo, vi depois do jogo,” disse Vieira. “Ele [o árbitro] tentou o seu melhor para fazer um bom jogo, mas a sua exibição não foi a melhor, isso faz parte do jogo, hoje foi contra nós e a expulsão mudou a filosofia do jogo.”


Mas Vieira não quis utilizar a expulsão para justificar a derrota pois logo de seguida indicou que o Revolution “jogou muito bem, não quero retirar da forma como jogaram tão bem hoje, porque da maneira que jogaram hoje demonstraram que são uma boa equipa. Mereceram totalmente [a vitória] devido à forma como jogaram hoje.”


E a concluir confirmou que a sua equipa já estava a sentir dificuldades mesmo antes da expulsão.


“Foi muito difícil tentar pressionar mais porque eles são muito bons quando têm a bola,” acrescentou Vieira. “Estavam bem organizados, e por vezes temos que aceitar que o adversário pode jogar melhor. Por isso foi muito difícil quando estávamos 11-contra-11 e com 11-contra-10 foi ainda mais difícil para nós.”


Todos querem encerrar a temporada com primeira vitória fora

Para o New England Revolution a temporada termina no próximo domingo, no Stade Saputo, frente ao Montreal Impact. No balneário todos indicaram que pretendem acabar a época da melhor forma, registando a primeira vitória em terreno alheio.


“Queremos acabar em força,” disse o lateral Andrew Farrell. “Queremos terminar a temporada bem. Ainda não temos nenhuma vitória fora de casa, e isso é algo que queremos riscar da lista.


“Agora é um pouco tarde demais, mas é algo de que nos queremos orgulhar e terminar a temporada em força.”


“[Domingo] foi uma vitória em casa, agora aguardamos pelo próxima semana para tentarmos encerrar com a nossa primeira vitória fora de casa,” acrescentou Brad Knighton.


Depois de reconhecer que é difícil encontrar motivos para justificar este tremendo contraste e as dificuldades sentidas nos jogos fora, o técnico Tom Sohen sugeriu que “coletivamente temos que encontrar maneira de o conseguir [ganhar], temos que depender dos jogadores mais experientes e encontrar forma de registar vitórias fora da casa. Superar adversidades. Há momentos durante o jogo, os primeiros 15 [minutos], os últimos 15 [minutos], por vezes é difícil, não é preciso ser bonito, temos de encontrar maneira de o conseguir.


“Agora contra Montreal vamos trabalhar para ter a certeza que o nosso plano de jogo sai certo para conseguirmos aquilo que ainda não conseguimos este ano, que é vencer fora de casa.


O jogo terá início pelas 16:00 horas e com o triunfo o Revolution assegura a conquista do sétimo lugar.