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Nulo frente a Atlanta atrasa Revolution na luta pelos play-offs

Juan Agudelo vs. Atlanta United FC

Em jogo presenciado por 21.925 espectadores, que apesar do mau tempo que se fez sentir durante o dia não quiseram deixar de vir apoiar a equipa, o New England Revolution acabou a pressionar de forma bastante intensa mas não foi além de um empate a zero golos frente ao Atlanta FC, no encontro disputado no sábado à noite, no Gillette Stadium.


Atlanta, que se estreou este ano na MLS, assegurara o apuramento para os play-offs com o triunfo, por 3-0, sobre Philadelphia em jogo disputado na quarta-feira à noite. Com essa vitória, a turma visitante ficou a apenas três pontos do segundo lugar, ocupado pelo New York City FC, mas com menos um jogo, portanto com grande hipóteses de conseguir ainda subir mais um lugar e consequentemente conquistar a folga na primeira ronda dos play-offs.


Animado por essa perspetiva, Atlanta FC melhor no jogo, mostrando um futebol muito rápido, direcionado à baliza do Revolution. Mas, o primeiro lance de perigo só surgiu aos 15 minutos, quando Diego Fagundez foi desarmado em falta, mas o árbitro, Nina Saghafi, aparentemente não viu e permitiu que Anton Walkes descesse pelo flanco direito, seguindo-se cruzamento largo, para Héctor Villalba, que estava desmarcado. O cabeceamento deste saiu a rasar o poste da baliza defendida por Brad Knighton.


Os visitantes tornaram a ameaçar três minutos depois, num contra-ataque muito rápido. Héctor Villalba colocou em Josef Martínez, que arrancou em direção à baliza, foi deambulando frente a Antonio Delamea para depois, à entrada da área, rematar forte e rasteiro. Mas, Knighton lançou-se bem e conseguiu desviar à primeira, para depois agarrar a bola antes que Martínez conseguisse chegar a tempo de fazer a recarga.


Gradualmente o Revolution foi conseguindo sacudir a pressão dos visitantes e equilibrou a partida.


E aos 22 minutos esteve mesmo na cara do golo. Diego Fagundez recebeu um passe de Andrew Farrell, na direita, passou por Michael Parkhurst e ficou sozinho frente a Brad Guzan, mas o guardião de Atlanta tapou bem o ângulo e conseguiu desviar o remate.


O último lance de perigo surgiu em cima do intervalo, quando Lee Nguyen serviu Kei Kamara, que rodopiou para evitar um adversário e depois atirou forte, à meia volta, levando a bola a passar rente à trave de Guzan.


Revolution domina na segunda parte

O Revolution apanhou um grande susto logo nos momentos iniciais da segunda parte. Um passe longo de Julian Gressel colocou a bola em colocou a bola em Josef Martínez, no flanco direito. Este bateu Chris Tierney em corrida, flectiu para o centro do terreno e cruzou rasteiro, mas Antonio Delamea conseguiu desviar e impedir a bola de chegar ao avançado visitante, que estava solto junto à pequena área.


Aos 57 minutos, os Revs criaram perigo, quando uma interceção na intermediária adversária viu a equipa ficar em vantagem numérica. Mas, o passe de Diego Fagundez não foi controlado por Lee Nguyen, que teria ficado em excelente posição para rematar.


“Foi uma boa oportunidade,” reconheceu Nguyen. “O Diego conseguiu penetrar e fez um excelente passe, infelizmente o meu primeiro toque correu-me mal. Foi um daqueles lances em que calculei mal e a bola passou por debaixo do meu pé.”


O Revolution cresceu a partir deste lance e tomou conta da partida.


Dois minutos depois, novamente após recuperação de bola na intermediária adversária, Kei Kamara tentou a sua sorte de longe e obrigou Guzan a defesa apertada.


Aos 65 minutos, o técnico Tom Soehn resolveu arriscar um pouco, retirando o médio Diego Fagundez para fazer entrar o avançado Teal Bunbury.


E a mudança esteve muito perto de dar fruto logo no minuto seguinte, quando a tabelinha entre Kei Kamara e Bunbury permitiu que este fosse à linha e cruzasse rasteiro, surgindo Anton Walkes a desviar no momento certo. Juan Agudelo estava à boca da baliza, preparado para fazer o desvio vitorioso.


E onze minutos depois, Soehn arriscou ainda mais, desta feita retirando um defesa, Chris Tierney, e colocando em campo mais um avançado, Krisztián Nemeth. A partir daqui, o Revolution ficou a jogar só com três defesas e Lee Nguyen recuou para a linha média para manter a equipa equilibrada taticamente.


“Sabíamos que hoje para nós só interessava conseguir os três pontos, por isso tentámos ir todos para o ataque nos últimos 15 minutos. Houve alturas em que eu estava sozinho na defesa,” explicou o central Antonio Delamea. “Tentámos tudo hoje, mas eles estavam a defender bem.”


Atlanta respondeu com duas mudanças. Kenwyne Jones rendeu Josef Martinez e Jacob Peterson entrou para o lugar de Tito Vilalba e desta forma os visitantes povoaram mais o meio campo e dificultaram as tentativas de progressão do Revolution.


Mesmo assim, até final assistiu-se a um domínio, por vezes intenso, do Revolution, que acabaria a partida com mais de 60 por cento de posse de bola.


O lance mais perigoso ocorreu numa bola parada. Aos 87 minutos, na cobrança de livre direto, Lee Nugyen obrigou Guzan a fazer a defesa da noite, ao desviar para canto um remate em arco, que ia direcionado ao ângulo superior esquerdo.


Nos minutos finais, o Revolution esteve sempre perto da baliza adversária e conseguiu penetrar pelos flancos, mas os cruzamentos encontraram sempre pela frente o corpo de alguém de Atlanta.


“O nosso plano de jogo foi perfeito, na primeira parte não conseguimos colocar a bola dentro da baliza,” disse Lee Nguyen no diálogo com os jornalistas depois do final a partida. “O mesmo aconteceu na segunda parte, tivemos várias oportunidades na ponta final, mas infelizmente não conseguimos converter nenhuma.”


Grande esforço não foi recompensado

No balneário do Revolution sentiu-se que a equipa tinha dado tudo por tudo para chegar à vitória, mas perante um adversário de valor faltou apenas uma pontinha de sorte.


O técnico Tom Sohen começou por elogiar “o esforço que nós desenvolvemos”, destacando que a equipa passou bastante tempo “a preparar este jogo e os rapazes cumpriram muito bem [o plano tático].


“Exercemos bastante pressão sobre eles, ganhámos imensas segundas bolas na zona deles. O que é dececionante é que se fosse noutro dia, gostaríamos deste resultado devido ao trabalho que fizemos, mas nesta altura da época este resultado não nos serve, por isso nesse aspeto estamos todos desiludidos.”


Soehn considerou ainda que a segunda parte da sua equipa merecia um melhor desfecho final.


“Não penso que lhes tenhamos dado oportunidades na segunda parte,” disse Soehn. “Na segunda parte tivemos as melhores ocasiões, mas temos que lhes dar crédito. São uma boa equipa e fizeram algumas jogadas na ponta final, sacrificaram o corpo para conseguirem o resultado.”


“[Atlanta] É uma equipa sólida, dificultaram as penetrações pelo meio. Mesmo assim criámos oportunidades, mas não as convertemos, o Juan [Agudelo] teve duas a passes do Teal [Bunbury], o Kei [Kamara] também teve uma e tivemos aquele livre perto do fim,” acrescentou Lee Nguyen. “Não foi por falta de oportunidades, mas não quiseram entrar.”


“Fizemos o nosso melhor,” concluiu Antonio Delamea. “Todos os jogadores que estiveram em campo deram tudo o que tinham para dar, mas infelizmente hoje isso não foi o suficiente.”


Play-offs ainda são uma possibilidade

Como o New York Red Bulls perdeu, 4-2, em Toronto, a vitória neste jogo teria deixado o Revolution a escassos dois pontos do sexto lugar, o último que dá acesso aos play-offs. O empate segue-se à derrota na quarta-feira, em Orlando, por 6-1, num jogo em que o médio Xavier Kouassi foi expulso, por decisão do Vídeo-Árbitro.


O Revolution apelou da suspensão de Kouassi e na sexta-feira o apelo foi analisado por um painel independente, constituído por um representante da Federação dos Estados Unidos, outro da Federação Canadiana e um terceiro da Associação de Árbitros. E foi aceite por unanimidade, pelo que a suspensão de Kouassi foi rescindida, deixando assim bem claro que tinha havido um erro da equipa de arbitragem.


Mas, o certo é que a decisão nada pode fazer para alterar o que aconteceu em Orlando.


“Estamos todos muito desiludidos porque agora talvez estejamos fora dos play-offs, não tenho a certeza, mas enquanto houver essa possibilidade vamos continuar a lutar,” disse Delamea.


“Infelizmente fomos prejudicados por aquela decisão [do árbitro], são dois jogos que nos poderiam ter colocado em boa posição, por isso agora resta esperar que os outros resultados nos favoreçam,” acrescentou Lee Nguyen.


O campeonato vai ser interrompido no próximo fim-de-semana devido à janela para os jogos internacionais, pelo que o Revolution só torna a jogar no dia 15, quando receber o New York City FC. A temporada termina na semana seguinte, em Montreal.