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Com a Melhor Exibição da temporada

Scott Caldwell vs. NYCFC | September 10

Estimulado pela vitória e principalmente pela dinâmica mostrada na semana passada, o New England Revolution entrou em campo no sábado à noite com a mesma determinação, nada intimidado com o facto de estar a defrontar o líder destacado da Conferência Este, o New York City FC, e registou nova vitória no Gillette Stadium, desta feita por 3-1.


“Foi uma exibição completa, sem dúvida, especialmente porque considero que até poderíamos ter feito mais [golos],” disse o técnico Jay Heaps durante a conferência de imprensa pós-jogo.


Na realidade as estatísticas nem sempre servem para fazer futurologia. Os visitantes entraram em campo com o ataque mais realizador (48 golos), frente à defesa mais batida, a do Revolution (47 golos), mas o desenrolar da partida não justificou essas tendências.


Assim, logo no segundo minuto um bom trabalho entre Diego Fagundez e Lee Nguyen permitiu que este aparecesse solto na área com espaço para o remate, de ângulo já apertado, mas a bola saiu com pouca força e o guardião Josh Saunders não teve dificuldades em segurar.


A turma de Nova Iorque ainda deu um aviso, aos seis minutos. O antigo internacional italiano Andrea Pirlo lançou para Steven Mendoza, que cruzou rasteiro para o coração da área onde surgiu David Villa a rematar de primeira, mas o remate do antigo avançado do Barcelona saiu sobre a barra.


Mas gradualmente, e embora os visitantes tivessem mais posse de bola, o Revolution começou a subir de rendimento, a jogar em contra-ataque, e encontrou espaços no sector defensivo de New York.


Começam as oportunidades

Aos 18 minutos surgiu a primeira situação de grande perigo. Os Revs marcaram um canto de forma rápida, apanhando assim a defesa visitante algo desprevenida. Diego Fagundez tocou para Le Nguyen, que entrou na área e rematou fortíssimo, mas o guardião Josh Saunders conseguiu desviar com a ponta dos dedos.


O primeiro golo surgiu logo a seguir, aos 21 minutos. Um passe soberbo de Diego Fagundez encontrou Juan Agudelo solto no lado esquerdo do ataque da casa, e o jovem avançado controlou o passe, virou-se e chutou forte, fazendo a bola entrar junto ao segundo poste.


“O Juan cria bons espaços para receber a bola,” explicou Fagundez, “e no primeiro golo foi isso exactamente que aconteceu, ele desmarcou-se bem, eu dei-lhe a bola e ele fez o resto.”


E Agudelo esteve quase a aumentar a vantagem no minuto seguinte quando conseguiu interceptar um alívio de Jefferson Mena e ficou isolado na área, mas desta feita Saunders evitou o golo, lançando-se ao solo no momento certo para desviar o remate.


No minuto seguinte, foi a vez de Fagundez ficar muito perto de aumentar a vantagem, com um remate que saiu a rasar a trave.


As oportunidades continuaram a suceder a um ritmo vertiginoso, pois o trio mais adiantado --Fagundez, Nguyen e Rowe--, protegido nas costas por Scott Caldwell e Gershon Koffie, continuou a combinar de forma perfeita com Agudelo.


Aos 30 minutos, descida rápida de Kelyn Rowe, que colocou na área, na direcção de Caldwell, mas Frederic Brillant conseguiu evitar o pior, surgindo nas costas do médio da casa a forçar o remate torto.


Três minutos depois, Saunders evitou o golo num remate colocado de Fagundez, a passe de Caldwell; no minuto seguinte Fagundez tornou a obrigar Saunders a defesa apertada.


Mas, aos 42 minutos houve magia no segundo golo dos Revs. Andrew Farrell lançou rasteiro para Kelyn Rowe, que desceu pelo flanco direito e depois cruzou. Fagundez fez excelente simulação e deixou a bola seguir até Lee Nguyen, que evitou um adversário e depois bateu Saunders com remate colocado.


“Foi uma grande jogada do Kelyn”, acrescentou Fagundez. “Quando ele fez o passe, pensei rematar, mas quando olhei para trás vi que o Lee estava solto e sabia que [o defesa] ia entrar de carrinho, por isso o mais fácil era fazer a simulação.”


Tornou a cheirar-se golo aos 45 minutos quando Agudelo recebeu um passe de Rowe, rodopiou para evitar um adversário e depois, já em desequilíbrio, obrigou Saunders a nova defesa difícil.


New York City FC marca cedo

A turma visitante regressou com uma postura totalmente diferente para a segunda parte e começou logo a pressionar o Revolution, a surgir totalmente virada para o ataque.


Jack Harrison criou algum pânico no flanco direito e foi desse flanco que os visitantes trabalharam o primeiro golo. Andrea Pirlo colocou em RJ Allen, perto da linha lateral e este cruzou rasteiro, a rasgar, aparecendo o antigo internacional inglês Frank Lampard a finalizar.


“Nós falámos sobre isso, sabíamos que New York ia entrar (em força). E eu penso que nos primeiros minutos nós até estávamos a trabalhar bem,” disse Heaps. “Para nós, permitir que eles descessem assim no campo e marcar foi um soco no estômago, mas eu gostei da nossa reacção, foi muito boa, ninguém baixou a cabeça. Sabíamos que íamos ter uma luta com eles, o facto de estarmos a ganhar por 2-0 foi bom, não era esperado, e por isso se sofrêssemos um golo, íamos à procura doutro. Ninguém baixou a cabeça.”


Mesmo assim, o Revolution passou por bastantes dificuldades, pois pareceu acusar o golo sofrido tão cedo e aos 54 minutos David Villa apareceu em boa posição, mas o seu remate foi bloqueado.


Porém, aos 58 minutos uma excelente jogada colectiva permitiu à turma da casa repor a vantagem de dois golos. Agudelo recebeu um excelente passe dentro da área de New York, mas demorou demasiado a fazer o remate, acabando por ser desarmado. Porém, em queda, conseguiu ainda tocar para trás, para Diego Fagundez, que evitou um adversário e depois rematou colocado, fora do alcance de Saunders.


“O Juan fez um excelente trabalho, esteve quase a marcar o golo, mas teve força suficiente para proteger a bola e permitir ao Diego que fizesse a leitura certa e marcasse um grande golo,” disse Heaps.


“Eu sabia que [um golo meu] estava prestes a chegar,” acrescentou Fagundez. “Tive várias oportunidades, mas deu para ver o trabalho do Juan, estava no chão, mas continuou a lutar. Quando ele tocou na bola, eu sabia que tinha de dar um toque e rematar. Quando a bola entrou fiquei aliviado [porque já não marcava há algum tempo].”


E o Revolution tornou a estar muito perto do golo no minuto seguinte quando um excelente passe de Fagndez encontrou Scott Caldwell desmarcado na direita, mas Saunders conseguiu evitar o golo, uma vez mais, com excelente estirada.


Apoiado pelo décimo jogador, pois compareceram a este jogo 23.235 adeptos, o Revolution continuou a pressionar e esteve várias vezes perto do quarto golo.


A defesa também esteve bem

O ataque esteve inspirado, marcou três golos e poderia facilmente ter feito mais três ou quatro, mas o trabalho da defesa, que perante o ataque mais letal da liga apenas consentiu um remate à baliza, não foi esquecido.


“A maneira como defendemos foi excelente durante os 90 minutos, e isso é o que precisamos de continuar a fazer pois temos sofrido muitos golos esta época, alguns mal consentidos,” disse Jay Heaps.


Para o central José Gonçalves a subida de rendimento da defesa não é um aspecto isolado pois “a equipa está a perceber que estamos numa fase muito importante do campeonato. Se perdermos pontos, vamos falhar o nosso objectivo, que é o apuramento para os play-offs, e por isso a mentalidade dos nossos jogadores mudou. Agora estamos a jogar bem, esse aspecto mental é muito importante, quando tu sabes que estás numa fase difícil e precisas de pontos, tens de trabalhar mais. Nestes dois últimos jogos a equipa está a fazer o que é mais importante dentro do campo, que é ajudarem todos e é por isso que estamos a ganhar os três pontos.”


As vitórias para além dos pontos, absolutamente essenciais nesta fase da época, trazem também confiança.


“O futebol é assim, às vezes estás numa fase difícil, mas nós nunca perdemos a confiança, nunca perdemos a cabeça,” concluiu José Gonçalves. “É mesmo assim, perdem-se jogos, ganham-se jogos, tens que aceitar isso e seguir sempre em frente. Nunca esquecemos o nosso objectivo, sabemos que estamos numa posição mais complicada do que nos últimos anos, mas continuamos a lutar e é por isso que a equipa agora está com confiança, entra confiante e quer ganhar. Todos querem ganhar, todos querem atacar, todos querem defender e é mais fácil ganhar jogos assim.”