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Começa a faltar tempo

Diego Fagundez vs. NYCFC: March 26

O triunfo de Orlando City na quarta-feira à noite [4-1 em Montreal] complicou ainda mais a situação do New England Revolution, que passou a ficar a quatro pontos do sexto lugar, o último que dá acesso aos play-offs na Conferência do Leste. Mas, embora o panorama pareça algo sombrio, é importante que a equipa não pense em tentar recuperar os pontos todos duma só vez e fique concentrada apenas no jogo que se segue.


Desde que vá ganhando o próximo jogo, tudo será possível. A ideia é olhar para a exibição do passado sábado na vitória, 2-0, sobre o Colorado Rapids e tentar manter o mesmo nível exibicional, começando já este sábado frente aos visitantes do New York City FC, actual líder destacado da conferência.


“Temos de levar o que podemos do jogo de sábado,” disse o treinador Jay Heaps após o treino de quarta-feira. “Analisámos o filme e agora é tudo uma questão de nos concentrarmos naquilo que fizemos bem e tentar utilizar isso contra New York. Mas também temos de estar conscientes de que vamos enfrentar uma equipa de New York que é muito boa.”


“Foi uma vitória importante numa fase difícil da temporada e por isso penso que nos vai ajudar imenso a enfrentar este jogo [contra New York],” acrescentou o avançado Juan Agudelo.


O triunfo sobre os Rapids viu a equipa marcar golos pela primeira vez em cinco jogos, curiosamente contra a defesa menos batida da MLS. E só não houve mais golos porque a sorte não esteve do lado dos Revs, já que Lee Nguyen acertou no poste por duas vezes, a primeira na tentativa de conversão de uma grande penalidade.


“Não estávamos a marcar golos mas no último jogo os nossos avançados começaram a jogar bem e em termos defensivos tornámos a não sofrer golos; o [guarda-redes] Brad Knighton fez uma grande exibição, e o quarteto defensivo, colectivamente não sofremos golos, e é importante manter este nível agora contra New York City.”


Para uma equipa que esteve 362 minutos sem marcar golos, a quarta pior série na história da MLS, ter de defrontar uma das melhores formações da liga sem poder utilizar o seu melhor marcador poderia ter sido um desastre. Mas, Kei Kamara, convocado à última da hora para representar a Serra Leoa frente à Costa do Marfim em jogo referente à Taça das Nações Africanas, reconhece que os seus colegas souberam superar esse obstáculo.


“Foi excelente e ainda por cima não sofremos golos,” disse Kamara, autor do golo da Serra Leo no empate, 1-1, com a poderosa formação da Costa do Marfim. “O Brad [Knighton] esteve em grande, pelo que vi do jogo e de algumas jogadas, e no fim da época é mesmo assim, [é preciso] conseguir um bom arranque. Foi bom.”


A seca de golos terminou no décimo terceiro minuto, um tento de Juan Agudelo que acabou por inspirar a equipa para uma exibição de muito bom nível, tão bom que quatro dos seus jogadores – Kelyn Rowe, Andrew Farrell, Brad Knighton e Chris Tierney—foram escolhidos para a ‘Equipa da Semana’ na MLS.


O golo foi mesmo o clique que faltava aos Revs.


“Sim, foi imenso,” reconheceu Agudelo. “Nós sabíamos que assim que conseguíssemos o primeiro, o mais importante seria conseguirmos os três pontos, fui eu quem marcou, mas assim que marcámos, quisemos ficar concentrados e acabar a tarefa.”


Mudança para 4-4-2 rejuvenesce a equipa

Curiosamente, quando a equipa estava a atravessar a crise de falta de golos, a sua defesa também passou por maus bocados, na altura sofrendo 13 tentos em quatro jogos. Por isso, há quatro jogos, o técnico Jay Heaps decidiu alterar o esquema táctico dos Revs, passando a jogar em 4-4-2, com um diamante a meio-campo, na esperança de conseguir criar mais oportunidades de golo. E o curioso é que o ataque começou a mostrar-se mais perigoso, mas ao mesmo tempo a defesa subiu igualmente de rendimento, de tal forma que só sofreu um golo nos três últimos jogos.


“Acho que sim”, respondeu Juan Agudelo quando questionado sobre se os seus colegas estão realmente rendidos às vantagens do novo sistema. “Acho que está a dar oportunidade a outros jogadores de se expressarem melhor, a movimentarem-se com mais liberdade e a alternarem de posição. Somos profissionais e por isso sabemos que quando alguém está fora do lugar, conseguimos fazer a cobertura.”


Jay Heaps recorda que o sistema funciona porque “é um trabalho colectivo, não é uma coisa só. Os avançados são a primeira linha defensiva, estão a trabalhar para serem imprevisíveis, a nossa linha média está a cobrir imenso terreno, mas mesmo assim precisa de procurar estar em posição de tirar proveito das percas de bola adversárias, e também proteger o nosso quarteto defensivo.”


Para o lateral Andrew Farrell o que importa são os resultados e para ele este novo sistema “tem sido muito bom, os jogadores que estão a jogar na linha média, no sistema em diamante, o Diego [Fagundez], o Scottie [Caldwell], o Steve [Neumann], ou quem quer que seja que esteja a jogar nesses lugares, têm feito um excelente trabalho a ajudar o quarteto defensivo, e o Gresh [Gershon Koffie] e os dois centrais têm conseguido criar um trio sólido, e os guarda-redes também têm feito excelente trabalho.”


New York City FC vai ser uma grande dor de cabeça

Actual líder destacado da Conferência Leste, com mais 14 pontos do que o Revolution, o New York City FC é um adversário nada desejado para o jogo de sábado, no Gillette Stadium. O início está marcado para as 20:00.


Os visitantes têm talvez o plantel mais valoroso da MLS, sem dúvida o mais caro, começando com o treinador, o antigo internacional Francês Patrick Vieira, que se distinguiu ao serviço do Arsenal da Primeira Liga Inglesa.


Depois há Frank Lampard, que foi internacional 106 vezes pela Inglaterra e fez carreira inigualável no Chelsea FC, conquistando dois títulos na Primeira Liga Inglesa, e já fez 11 golos na temporada em curso; Andrea Pirlo, o internacional Italiano [115 internacionalizações] que veio da poderosa Juventus, e ainda David Villa, o internacional Espanhol que obteve 59 golos nas 97 presenças na selecção do seu país e que é presentemente o melhor marcador da equipa, com 17 golos.


Como é que vai ser possível ultrapassar uma equipa destas? O Revolution acredita que com muito esforço e dedicação vai conseguir conquistar os três pontos.


“Para nós são todos jogos de vida ou de morte,” começou por reconhecer Andrew Farrell, que considera que os visitantes “têm uma equipa muito boa, uma das duas ou três melhores no Este, com muitos bons jogadores”, mas mesmo assim, embora reconheça que “vai ser um teste difícil para nós,” acredita que “estamos preparados para isso.”


“São uma grande equipa, por algum motivo estão a liderar o Este,” acrescentou Juan Agudelo. “Por isso temos que estar preparados e lutar, lutar como fizemos no passado sábado.”


Portanto, todos reconhecem que vai ser muito difícil, mas acreditam, não apenas na vitória, mas também no apuramento para os play-offs.