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Já só faltam 7 jogos

Team Huddle at Gillette Stadium

Os resultados recentes são brutais, apenas um ponto conquistado nos seis últimos jogos, e levaram a equipa a cair no oitavo lugar, a cinco pontos do sexto, último posto que dá acesso aos play-offs. Com apenas sete jogos por disputar, o New England Revolution encontra-se, portanto, numa posição em que terá de ganhar praticamente todos os jogos para poder aspirar a passar à fase final da prova.


A certa altura, a defesa era o grande problema, pois consentira 13 golos em apenas quatro jogos. Mas, nos dois últimos encontros sofreu apenas um golo. O problema é que, de repente, o ataque hibernou e já vai em quatro jogos consecutivos sem marcar, limitando-se a obter três golos nos oito últimos encontros.


Particularmente frustrante é o facto do plantel ser integrado por avançados com provas dadas, pois seis dos seus jogadores já registaram no mínimo 25 golos na sua carreira. Portanto, o problema não é a falta de qualidade, pelo que a grande questão está em tentar determinar exatamente o que se passa com este grupo.


“Temos tantos jogadores, jogadores que são titulares, que saltam do banco, muitas opções que consistentemente ao longo dos anos têm marcado golos, por isso é difícil quando tu sabes que tens um grupo que pode, a qualquer momento, marcar dois, três, quatro golos, mas isso não está a acontecer,” disse o avançado Teal Bunbury após o treino de terça-feira. “Não sei a resposta exata, mas sei que estamos a trabalhar ao máximo nos treinos e a tentar maximizar o nosso potencial na criação de oportunidades, e a tentar criar um instinto mais matador no terço final do campo”.


A aparente falta desse instinto matador tem sido demasiado evidente nos jogos mais recentes já que o Revolution não marca há 362 minutos, o segundo pior registo nos 21 anos de história do clube, a quarta pior série registada esta temporada na MLS.


Kei Kamara falha jogo por ser convocado para jogo da selecção da Costa do Marfim

Como se a equipa já não tivesse problemas suficientes no ataque, na quarta-feira surgiu a indesejada notícia de que Kei Kamara, o melhor marcador da MLS em 2015, foi convocado para integrar a seleção da Serra Leoa, seu país natal, no jogo de sábado frente à Costa do Marfim, referente à Taça das Nações Africanas.


Por conseguinte, Kamara vai falhar o encontro, importantíssimo, no sábado, em casa, frente ao Colorado Rapids, uma das melhores equipas da Conferência do Oeste.


A notícia apanhou os responsáveis do Revolution de surpresa porque Kamara, que tem 24 internacionalizações, já não era convocado há quase um ano.


Recorde-se que Kamara foi adquirido ao Columbus Crew em Maio, pensando-se na altura que iria colmatar a lacuna principal da equipa, a falta de um homem-golo.


Mas, como Kamara não está presente, os outros avançados terão de dar um passo em frente para tentar acabar com esta seca de golos.


Para o médio Kelyn Rowe, que no último jogo recuou para defesa direito pois a equipa mudou o seu sistema tático para um 4-4-2, com um diamante a meio-campo, por vezes trata-se duma questão de sorte. 


“Tu viste [que criámos] algumas oportunidades [no domingo] contra o Red Bulls”, disse Rowe. “Vimos algumas contra o San José Earthquakes [na quarta-feira anterior]. O Kei (Kamara) acertou no poste. Eu tive um bom remate, e o Diego (Fagundez) também.”


“Eu acho que nos últimos anos e nos jogos recentes, concretizávamos metade dessas oportunidades.”


Colorado tem a defesa menos batida na MLS (22 golos sofridos em 25 jogos) e por isso muito provavelmente haverá poucas oportunidades de golo. A defesa do Revolution sabe igualmente que não pode sofrer golos, mas tem a confiança em alta pois consentiu apenas um tento nos dois últimos jogos.


“Sim, sim, claro, quando não sofres golos não perdes, agora sabemos que precisamos de toda a gente no campo, a defender, a atacar também porque também queremos marcar golos. Não é só defender porque se não marcas, não ganhas o jogo,” avisou o central José Gonçalves.


O importante é não desanimar

Embora a equipa esteja numa situação muito complicada, o importante é não entrar em pânico, não olhar muito para a frente e pensar apenas em ganhar o próximo jogo.


“É normal, estamos numa fase difícil,” reconheceu José Gonçalves. “A vida é assim, de vez em quando as coisas correm bem, de vez em quando menos bem, não podes perder a cabeça, temos de ficar tranquilos, estar bem e ter confiança nos nossos jogadores. E eu tenho confiança nos meus avançados, meio-campo, guarda-redes. Eu tenho confiança nos meus colegas e isso é muito importante, não podemos perder a confiança entre nós porque senão é o fim. É importante ter confiança, há fases que são mais difíceis, há fases que são mais fáceis no futebol. Vamos sempre continuar a lutar até ao fim do último jogo.”


O técnico Jay Heaps reconhece que não vai ser fácil.


“Estamos a preparar-nos para um jogo muito importante, estamos concentrados em nós próprios e a prepararmos o jogo contra uma boa equipa de Colorado, que tem liderado a Conferência Oeste durante grande parte da temporada,” disse Heaps.


No balneário torna-se evidente que o grupo de trabalho está consciente das dificuldades que se deparam nesta luta muito complicada por um lugar nos play-offs. Mas, como os dois próximos jogos são em casa, no Gillette Stadium, onde o Revolution costuma ter bom rendimento, já que sofreu apenas uma derrota nos primeiros 10 jogos antes de entrar na recente crise de resultados, a esperança continua viva.


“Porque não marcámos nos dois últimos jogos, vai ser vital marcar primeiro, e penso que se continuarmos assim defensivamente, pois sofremos um golo em dois jogos, isso é muito bom,” disse Rowe. “Com a fase que atravessamos, não podemos sofrer golos e temos que encontrar uma maneira de marcar um golo contra Colorado.”


“Vamos entrar no campo e é só para ganhar, vamos pensar só em ganhar, faltam só 7 jogos, vamos levar os jogos semana a semana,” acrescentou José Gonçalves. “Mas sabemos que em casa é para ganhar, vamos dar tudo para ganhar, é muito importante, toda a gente percebe que é para ganhar porque faltam 7 jogos. Se quisermos ir aos play-offs, precisamos de ganhar sábado.”


O jogo, no Gillette Stadium, terá início pelas 19:30 de sábado. Só a vitória interessa à equipa da casa e o Revolution espera que a história continue a estar do seu lado pois os Rapids já não ganham em Foxboro desde 2010 e na última vez que estas duas equipas se defrontaram, a 30 de Julho de 2014, o Revolution venceu de forma categórica, por 3-0, com dois golos de Lee Nguyen e outro de Kelyn Rowe.